quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

"alvorada, alvoroço, troco minha alma por um almoço"

parece até que me alimentei de bossa nova
pura saudade, melancolia, que não sai de mim
não sai
ou me alimentei de dias de caetano
tomando sua cajuína 
do suicidio de torquato neto
existirmos a que será que se destina?
ou de cartola
sorrir pra não chorar ou disfarça e chora

tô cheia, estufada, alimentada e satisfeita.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

o tempo

  Tudo tem seu tempo.
O tempo cura tudo.

Essas coisas levam tempo. 

Falando esses clichês de mãe percebo que o tempo, muitas vezes, é uma mera desculpa que nós criamos para nós mesmos. Para nos sentirmos melhor, para não precisarmos encarar certas coisas na vida, para não fazer isso, para aquilo, para escondermos nossa preguiça das coisas. Preguiça de lidar com as pessoas, com as situações ruins, com tudo. O tempo nem existe!

Oh, Preguiça!
és tu?
em minha casa, again?
esqueci a nova lei ortográfica, que nem é mais tão nova assim
Help me!
caí no buraco negro infinito de novo.
não vejo o fundo, porque isso é otimismo demais para mim 
me deixa em paz, some daqui, these things take time 
quando acabar, eu volto aí pra cima!

domingo, 15 de dezembro de 2013

somos todos malucos por aqui!

mas como ser, se o ser é
completamente preso
por dentro e por fora
labirinto é a nossa mente
armazenamento de lembranças
ideas estúpidas
pensamento de morte
tristeza
um céu

estamos presos em nós mesmos.
se os outros não te enlouquecerem, você mesmo o fará!

"Somos todos malucos por aqui!" Disse o Gato para Alice. 

domingo, 17 de novembro de 2013

pontos de interrogação


será que realmente estamos correndo para lugar nenhum? 
qual é o objetivo disso tudo?
quer dizer: fazer o que tem que fazer, na hora certa, no dia certo...
quando é o tempo certo?  
e pra quê tudo isso?
uma falsa-momentânea-felicidade.
por que as pessoas levam tão a sério a ideia de uma vida já projetada?
será que vale a pena?
por que é tão ruim quando queremos tomar um rumo diferente na vida?
por que? por que? 

Cheguei a um ponto em que só consigo pensar em por quê's

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

calor da insanidade

Oh, Calor!
por que Caloraste tanto?
num dia em preto & branco
em que o próprio canto se derrete em pranto
vira gosma no chão
vista por um lampião cabisbaixo
Tirando o chapéu marrom da cabeça

"veja o sol solorando, o calor calorando.."

matando os lampiões, e o português,
e os que pagam pau pro chinês
coisa que na frase, tecnicamente,
é irônicamente, mais que irônico
o Calor assustou meu neurônio
o único que me sobrava

tchau


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

escrevi em algum dia de outubro

tão distante do inesperado
que é esperado
jogar fora as expectativas
deixá-las de lado.

(desenho do macaco de terno)



ventilador de ilusões:
você volta para a realidade
com um vento quente.

(desenho do ventilador com sombras à lápis e ventos em linhas tortas)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

exploradora


Ruim mesmo é pensar que - de certa forma - nós não somos totalmente livres. 
Temos que seguir essas regras aí... Que não são regras escritas no papel  
e sim, regras que a sociedade impõe, indiretamente.
É triste pensar que se você for na direção contrária, tudo pode dar errado; 
E não ter uma certeza é assustador! 
Mas isso significa ser um espírito livre.

o branco é mais escuro que o transparente

sempre deixo as primeiras páginas dos meus cadernos em branco
penso: "calma, as primeira páginas merecem alguma coisa bonita e especial"
no fim, nunca consigo pensar em algo bonito e especial 
daí deixo em branco mesmo 

preguiça de mim

há todo um mundo dentro de mim
queria me conhecer, mas para isso:
teria que conhecer o mundo
preciso me programar... Ah!
deixa pr'o ano que vem 

o disse qu'e disse

tudo é... - Controvérsia!
- não! tudo é Relativo...
- eu disse!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

random

todas as vezes que eu atravesso a rua errado
(o que acontece com freqüência!)
penso o que teria acontecido se eu não conseguisse correr
e alguém me atropelasse...
a reação das pessoas ao redor e tudo 
após atravessar a rua e pensar todas essas coisas
vejo que já estou chegando em casa
e que estou bem
estou viva
e não foi hoje...
porém, se fosse, pensei:
ainda bem que eu estava ouvindo a minha música favorita!

matrioshka humana

são tantas coisas para acredidar
que eu decidi não acreditar em nada
sou nulo por inteiro e não sei se isso é bom
porém, mesmo com tantas opções legais
eu ainda sou o vazio do cheio
tipo aqulas bonecas russas 
"Matrioshka" que são colocadas umas dentro das outras, 
da maior até a menor...
você está cheia de ideias, opiniões, expectativas 
quanto mais você pesquisa, mais você acha 
e em menos acredita...
gostaria de acreditar em alguma coisa!

eu sou a última (menor) das Matrioshka 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

autoabraço (pode fingir que é o frio)

não é chato quando você pensa que está vivo
quando, na verdade
está dormindo na sala de espera da vida?

terça-feira, 25 de junho de 2013

olhos de margarida

queria ter olhos de margarida
e no jogo do "bem-me-quer, mal-me-quer"
meus olhos podiam cair no bem-me-quer
e só olhar para o que me faz bem

segunda-feira, 17 de junho de 2013

o mesmo "sei lá" de sempre

todo dia falo que tô afim 
mas no fim, não falo
hoje, sim
  •  
poucas coisas são tão poucas
que já podem ser tantas
tantas poucas coisas...

domingo, 16 de junho de 2013

"sei lá" pt3

 

de vez em quando me dá uma súbita vontade de fugir
mas não conseguiria fugir para sempre
como de fato não consegui
já quis muito isso... fugir
mas nunca o fiz "pra valer"
e puxa vida, como eu queria sair do lugar d'onde estou
por um tempo
quero fugir com Max!
Max me disse que tem um escudo anti-tristeza que afasta toda a tristeza
e acho que trocar o barulho de carros e buzinas e luzes 
por campos de alfazemas, seria a solução
e depois de um tempo
voltar para a casa com a janta ainda quentinha

domingo, 2 de junho de 2013

"sei lá" pt2

sentimento de ter tudo e não ter nada
está faltando alguma coisa
esse "alguma coisa" de não sei o quê
e não saber o que é
me deixa vazia

quinta-feira, 30 de maio de 2013

"sei lá"

não consigo conviver comigo
preciso de abrigo
para guardar os pensamentos perdidos
jogar fora o corpo que habito
contemplar o "nada" por horas e horas;
vagar por aí
transparente
fingindo ser gente.


o tempo parece passar lentamente
esperamos o futuro ansiosamente
quando você menos espera:
o futuro é o seu novo presente
e o tempo passou rapidamente.


domingo sem austeras
família reunida 
se entupindo de café e bolachinhas
vemos arvores da cozinha
na sala: jornal, aquarela, vovózinha 

terça-feira, 21 de maio de 2013

esqueça o horror aqui

na tarde nublada, eu vejo
cidade agitada e um pássaro
voando em círculos, sozinho
livre no seu próprio espaço. 

e na tarde nublada, onde o vento estragava a minha franja
o único pássaro do céu parou de voar em círculos e desapareceu
foi prá lá se aventurar e eu fiquei alí
sentada, ouvindo música calma, no mesmo lugar de sempre. 

queria ser esse pássaro
mas o meu dia vai chegar 
e voarei livremente, me aventurando por aí 
e lembrarei deste dia como um velho sonho que tive
um pensamento otimista de uma curiosidade sobre o mundo
sobre as pessoas e todo o resto.

tardes interessantes estas
que me livram da obrigação de ser um ser humano ocupado
o tempo todo, se ocupando com coisas irrelevantes
quando posso contemplar o "nada" por horas e horas 
e nesse meio tempo perceber que o "nada" é na verdade o meu "tudo"

o sol apareceu, forte
olhei para frente e o pássaro voltou! 
que bom deve ser: ir e vir sem preocupações. 
e o sol ficou mais forte agora, a música mais alta. 
não posso olhar diretamente, irá me cegar por uns segundos. 
devo mudar de lugar os fechar os olhos? virei a cara.

dei um pause em mim 
as pessoas são correria
estão correndo do seu próprio eu. 
correria, pra quê? 
os momentos de silêncio são um descanso para a alma.



quarta-feira, 15 de maio de 2013

segunda-feira, 13 de maio de 2013

as vantagens de estar triste

você bebe com gosto
se sente no fundo do poço
economiza água lavando o rosto
com as lágrimas do seu desgosto.

domingo, 12 de maio de 2013

Alice no país do mar de ervilhas

Vou começar perguntando "como começar?" Não sei. Eu tenho um sério problema: não consigo começar textos, também não consigo inventar títulos, no final, acabo escolhendo um título ruim (e na maioria das vezes o texto também fica uma bosta).

Pensei em escrever sobre a vida, mas me interesso pela morte. Pensei em escrever sobre um gatinho ser o narrador dos contos, mas prefiro cachorros. Pensei em inventar um conto baseado em fatos reais: "as dificuldades da menina que tem medo de peixes", ela seria eu - na infância - mas a diferença é que a menina moraria na praia (só para ficar mais interessante). Posso também misturar tudo e fazer uma história com um gatinho narrando a vida da menina com medo de peixes que vive na praia. Mas ficaria meio confuso. Pensei em escrever contos, mas prefiro escrever sobre meus pensamentos aleatórios. Eu tenho outro sério problema: indecisão, sou libriana. Sou indecisa, não com tudo, algumas coisas eu sou bem direta ao ponto, mas... é, não sei. E sou desorganizada nos pensamentos.